sábado, 26 de novembro de 2011

Produtos com Nanotecnologia são Novidade no Mercado de Estética

A nanotecnologia é realidade no cotidiano dos consumidores, porém há quem ainda não conheça a definição do termo. Nanotecnologia nada mais é do que a técnica de fabricação de entidades que possuam dimensão menor do que 100 nanômetros. O nanômetro é a medida correspondente à bilionésima parte do metro ou a milionésima parte do milímetro. O prefixo “nano” vem do grego e significa “anão” e corresponde à bilionésima parte de alguma grandeza.
A nanotecnologia está presente em diversas áreas, como cosmética, farmacêutica, medicina, eletrônica, ciência da computação, biologia e mecânica. Cabe ressaltar que a nanotecnologia é uma ciência multidisciplinar em que cientistas trabalham com engenheiros, biólogos, físicos, químicos, farmacêuticos e médicos. No final de 2007, o Brasil contava com quase 50 empresas de diversos segmentos utilizando produtos ou processos nanotecnológicos. Entre 2001 e 2007, o governo brasileiro investiu cerca de R$ 150 milhões no desenvolvimento das áreas de nanociência e nanotecnologia. É pouco, se comparado aos investimentos realizados por países desenvolvidos como os Estados Unidos da América (EUA) e o Japão, que investem anualmente algo em torno de US$ 1 bilhão com previsão de movimentações que ultrapassem 1 trilhão de dólares nos próximos dez anos.
Na área cosmética a nanotencologia não é mais ficção científica. Diversos produtos com os mais variados apelos estão disponíveis no mercado e são denominados como nanocosméticos. Rugas preenchidas por micro-partículas rejuvenescedoras, maquiagem com o mesmo brilho e cor das asas da borboleta, protetor solar com melhor fixação à pele, emulsões com hidratação de 24 horas. Entre os benefícios que a nanotecnologia pode trazer ao setor, destacam-se a melhor penetração de ingredientes ativos na pele e no cabelo, a estabilização de substâncias, a melhoria da eficácia e do sensorial dos produtos e a possibilidade de liberação controlada dos ativos.
Nos últimos anos, verifica-se aumento significativo das publicações científicas e patentes dedicadas ao tema nanocosmética, em paralelo, identifica-se no mercado internacional e nacional a introdução de vários produtos farmacêuticos e cosméticos que incorporam nanotecnologia. O Brasil entrou nesse mercado em 2006, com o lançamento do Nanoserum, creme anti-sinais para a área dos olhos e contorno dos lábios fabricado pelo O Boticário, pioneiro em nanotecnologia cosmética no Brasil.
Empresas fornecedoras de insumos também investem no desenvolvimento de matérias-primas com nanotecnologia. Entre os diversos ativos cosméticos disponibilizados por essas empresas   cita-se as vitaminas e derivados, anti-oxidantes, ceramidas, filtros solares, agentes hidratantes e antitranspirantes, que são veiculados em cremes, géis, sprays e loções.
Dentre os sistemas nanotecnológicos utilizados na cosmética, destacam-se as nanopartículas e as nanoemulsões. As nanopartículas são sistemas vesiculares com diâmetro entre 100 e 500 nm e são constituídas por um núcleo central oleoso. As nanopartículas podem consistir de matriz polimérica (nanoesferas) ou de sistema reservatório oleoso envolvido por uma parede polimérica (nanocápsulas), ou ainda de uma matriz lipídica sólida (nanopartículas lipídicas sólidas). As nanoemulsões são sistemas emulsionados com gotículas uniformes medindo entre 50 e 200 nm.
Com a redução do tamanho das partículas, diversas vantagens são obtidas na forma cosmética, por exemplo:
  • Diminuição da separação, cremação, coalescência ou sedimentação durante o período de estocagem;
  • É o sistema preferencial para liberação eficiente dos ativos na pele, pois possui uma área superficial grande permitindo rápida absorção;
  • Melhor penetração na pele liberando os ativos em camadas mais profundas;
  • A minúscula dimensão das gotículas proporciona espalhamento mais uniforme conferindo distribuição mais homogênea das substâncias;
    Nos protetores solares a diminuição do tamanho das partículas dos filtros físicos trouxe benefícios.
    O filtro físico TiO2, quando veiculado em uma formulação fotoprotetora, deixa o produto com difícil espalhamento e com características sensoriais desagradáveis. As nanopartículas de TiO2 não somente refletem a luz visível, mas bloqueiem a luz UV, proporcionando excelente proteção UV, com ótimo sensorial ao produto e fácil espalhamento.
    Na área estética, as características de transparência, fluidez, menor quantidade de tensoativos, bem como a ausência de espessantes, conferem às nano-emulsões ótimo aspecto estético e agradável sensorial à pele.
    Na perfumaria as nanoformas podem liberar gradativamente os componentes de uma fragrância, deixando perfume com melhor fixação. Além disso, matérias-primas de fragrâncias, como ésteres, aldeídos e cetonas, que não contêm álcool, podem ser utilizadas nas formulações de nanoemulsões.
    Todavia, apesar de todos os benefícios da nanotecnologia na cosmética, há poucos estudos mostrando seus possíveis efeitos adversos e ainda não existem políticas ou protocolos específicos para a avaliação de segurança desses produtos. Assim como há questionamentos sobre a segurança dos nanocosméticos há também vertentes mostrando que a segurança dos cosméticos pode ser aumentada em algumas nanoformas. Porém, não há até o presente momento, definição sobre o assunto, que é muito polêmico.
    Os estudos mostram maior eficácia dos nano-cosméticos em comparação aos cosméticos clássicos. Porém, produtos que prometem verdadeiros milagres devem ser avaliados pelo consumidor antes da utilização. Todavia, a nanotecnologia em cosméticos está crescendo e cada vez mais encontrando soluções tecnológicas apropriadas para a produção de cosméticos mais eficientes.

    Fonte : www.racine.com.br


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